Temporada de Montanhismo

Com a chegada do inverno, chega também a temporada de montanhismo. No entanto, uma preocupação torna-se iminente: Os acidentes ao ar livre. Ao longo de 20 anos de montanhismo já participei de alguns resgates aqui na Serra dos órgãos. E em geral, pessoas perdidas sobre tudo na Travessia Petrópolis x Teresópolis.

Atualmente uma gama de sites disponibilizam diversas informações sobre trilhas e escaladas da Serra dos órgãos. Com isso, muitos aventureiros acabam negligenciando sua própria segurança e acabam dispensando os guias de montanha. Neste contexto, as pessoas munidas de informações e equipamentos iniciam suas caminhadas com centenas de mapas e dicas oriundas dos mais diversos sites. Mas é na mata, de noite, quando o nevoeiro e a chuva caem é que as dificuldades aparecem e os acidentes ocorrem.

Durante estes fenômenos comuns na Serra dos Órgãos, que podem durar até 3 ou mais dias, o senso de desorientação é grande. Não vemos as marcações do caminho nem tão pouco temos pontos de referência. Assim, durante um "acesso" de euforia temos a tendência de nos desesperar e iniciar uma caminhada por qualquer caminho que nos pareça óbvio. Geralmente em meio a mata tais caminhos são conhecidos como trilha d'àgua e tendem a nos levam a lugar algum para bem longe da trilha tradicional.

Estes caminhos são bem parecidos com a rota comum e nos dão a impressão de estarem bem delineados. Normalmente há um pouco de erosão e até mesmo marcações mas são na verdade verdadeiras armadilhas ao montanhista desatento. Infelizmente, em nossa região, estes caminhos são muito comuns especialmente em trilhas como a do Dedo de Deus, Boca de Peixe e a própria travessia, entre outras. Já em locais com laje de pedra, o comum é a marcação da trilha "sumir". Nestes locais, geralmente com vegetação rasteira, é comum, em um momento de nevoeiro mais denso, o montanhista perder-se de seu rumo e até mesmo de seu grupo.